Com o desafio de prevenir e controlar a incidência da monilíase na cacauicultura baiana, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), e outras instituições se uniram para promover uma série de formações para agricultores familiares e extensionistas rurais no Território Litoral Sul. A Formação para Prevenção, Biossegurança e Controle da Monilíase do Cacaueiro foi iniciada nesta terça-feira (26), em Itabuna, incluindo aula prática no Projeto de Assentamento Manoel Chinês.
Todas as formações contarão com dois dias de programação. A primeira turma está sendo composta por técnicas e técnicos da Cooperativa de Desenvolvimento Territorial (Cooperast), entidade prestadora de ATER contratada pela Bahiater, por meio de chamada pública, e profissionais extensionistas de diversos municípios integrantes do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável do Litoral Sul (CDS-LS), como Itajuípe, Jussari, Itacaré, Barro Preto, Ibicaraí e Itabuna.
“Esse treinamento é importante porque essa doença pode chegar a qualquer momento em nossa região, e nós temos que estar preparados para dificultar a entrada dela aqui e, caso ela chegue, que tenhamos modos de combater e conviver com essa doença difícil, e aprender mais para passar essas informações para os agricultores para que fiquem atentos aos sinais e saibam combater essa praga”, destacou o engenheiro agrônomo Raimundo Júnior, técnico de campo da Secretaria de Agricultura de Itajuípe.
Além da Adab, Bahiater, Cooperast e CDS-LS, fazem parte da ação a Cooperativa dos Assentados da Reforma Agrária e Agricultores Familiares do Estado da Bahia (Coopafeba), Instituto Ecobahia, Associação Mãe dos Extrativistas da Resex de Canavieiras (Amex), Instituto Cabruca e Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA), que estarão mobilizadas em diferentes turmas.
Monilíase
No Brasil, a doença foi detectada no Acre, em julho e agosto de 2021, e no Amazonas, em novembro e dezembro de 2022. Não há registros na Bahia. “A monilíase é uma doença das Américas. Um fungo do mesmo gênero da vassoura-de-bruxa, que começa a se diferenciar quando ataca os frutos. A vassoura ataca a almofada floral, os lançamentos e o fruto. A monilíase ataca apenas o fruto. O impacto dessa praga é muito grande, podendo causar danos econômico, social e ambiental. É preocupante para o Litoral Sul porque ele reúne todas as condições climáticas favoráveis à monilíase. Mas essas formações visam preparar os agricultores e extensionistas para isso”, explicou Catarina Mattos, fiscal estadual agropecuário da Adab e coordenadora do Projeto Fitossanitário de Prevenção à Monilíase.
Catarina explica que as condições favoráveis para a incidência da praga incluem períodos alternados de chuva e seca, em horas ou dias; umidade relativa maior que 80% e temperatura média de 24°C a 28°C. De acordo com a fiscal, o manejo integrado é a forma mais eficaz quando se trata de Monilíase, tendo como base o controle cultural, com práticas como manejo de poda, de sombra e nutricional, remoção de frutos doentes, entre outras.
Atualmente, o país realiza o controle legislativo, com o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância para a Moniliophthora roreri (IN 112/2020). O estado da Bahia conta com a portaria n° 043/2021, de Trânsito Vegetal Cacau e Cupuaçu, além do Protocolo de Biossegurança Doméstica a Monilíase do Cacaueiro, desenvolvido pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e Adab.
