Com o tema “Agricultura familiar e segurança alimentar”, a XII Semana da Agronomia (SEAGRO) está acontecendo na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, Litoral Sul do estado. O evento teve início nesta terça-feira (19) e vai até sexta (22), contando com a participação da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e da Coordenação Executiva de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), vinculadas à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
“A Bahia está fortalecendo a dignidade da mulher e do homem do campo. Com investimentos de mais de R$ 3,5 bilhões, já sabíamos que não haveria uma incidência maior da fome no meio rural. Ainda assim, se há algum agricultor, alguma agricultora com fome, a gente tem que ir lá, para que, através de uma alimentação saudável, eles consigam sonhar. A Bahia é muito grande, com quatro biomas, 593 mil famílias de agricultores em todo o estado, e a SDR está distribuída na Bahia toda, levando essa emancipação, essas ações de cidadania, na forma que a legislação nos permite, que é através dos editais. No começo desse primeiro semestre, conseguimos aprovar dois novos grandes acordos de empréstimo, através do governo federal, para os programas Bahia que Produz e Alimenta e Parceiros da Mata, este com 150 milhões de dólares, voltado para a região da Mata Atlântica, nos territórios Vale do Jiquiriçá, Baixo Sul, Médio Rio das Contas e Litoral Sul”, destacou o titular da Bahiater, Lanns Almeida, durante a mesa “Ações de Fortalecimento da Agricultura Familiar”.
De acordo com a coordenadora do evento, professora Solange França, a XII SEAGRO destaca a agricultura familiar devido à importância do setor. “A importância da produção de alimentos saudáveis para toda a sociedade e a geração de renda para os agricultores. Essa é uma região que tem uma estrutura fundiária de agricultores, pequenos produtores de cacau, e tem uma demanda grande de hortaliças e fruticultura, é importante a universidade fazer essa inserção junto com o governo do estado e outras instituições, com editais, como os da Bahiater, e a universidade colocando futuros profissionais da agronomia no mercado que saberão a real necessidade que se tem no campo, no objetivo comum de fortalecer a agricultura familiar”.
Seguindo essa proposta, a SEAGRO está promovendo o aprofundamento do tema, buscando a interação entre discentes, professores, agricultores familiares, profissionais que atuam com a agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, cooperativas, associações comunitárias e ONG. Estão sendo realizadas mesas redondas, palestras, minicursos, dias de campo, feira de comercialização de produtos da agricultura familiar, oficinas culinárias, disponibilização de mudas, rodas de conversas e atividades culturais.
Nesta quarta-feira (20), a mesa “Mulheres e atuações na agricultura” contou com a participação da coordenadora-geral de Articulação com Organismos de Políticas para Mulheres (OPM), do Ministério das Mulheres, Célia Watanabe, e da engenheira agrônoma da Bahiater Alayana Azevedo. Nos editais da Superintendência, a equidade de gênero é prioridade, tornando obrigatório que pelo menos 50% dos beneficiários sejam de mulheres nas chamadas públicas ATER Biomas e ATER Agroecologia, além de 100% no ATER Mulheres. Os três editais estão vigentes atualmente, com investimentos superiores a R$ 300 milhões.
Para a agricultora da Roça do Povo, em Itabuna, Maria das Neves, que produz hortaliças, frutas e verduras, os debates estão sendo enriquecedores. “É mais uma coisa para nos enriquecer, né? Para que a gente tenha novas ideias para nosso trabalho. Vou passar os novos aprendizados para minhas filhas, que me acompanham no meu dia a dia. Vou participar também dos cursos de gastronomia e manejo. As pragas que estão aí, a gente vai saber identificar, quais são elas, o jeito de tratar com produtos naturais, sem usar química. E sobre a gastronomia, o que é que tem de novo que a gente pode reaproveitar, transformar”.
