Estratégias para estimular a elaboração de propostas e ampliação do crédito ofertado à agricultura familiar baiana foram discutidas, neste sábado (17), durante o III Seminário Estadual do Crédito Rural para a Agricultura Familiar. O evento integra a programação técnica da 13ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que acontece no Parque Costa Azul, em Salvador.
No Seminário, que foi coordenado pela Superintendência Baiana da Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), com apoio da Superintendência da Agricultura Familiar (SUAF), ambas vinculadas à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), foi realizado um balanço da atuação de ATER no ambiente do crédito voltado ao desenvolvimento rural sustentável e da estratégia Parceria Mais Forte, entre a SDR e consórcios públicos.
Presente no evento, o titular da Bahiater, Lanns Almeida, ressaltou a importância do debate. “É importante associar o crédito rural à assistência técnica e extensão rural para o avanço dos sistemas produtivos da agricultura familiar e para o desenvolvimento do nosso rural”.
“A gente busca não apenas o crédito rural, mas a integração de políticas. É necessária a aplicação de conhecimentos em campo e, a partir daí, através de uma orientação técnica e valorizando o conhecimento dos agricultores familiares, alavancar a produção. Assim, eles vão ter recurso para alimentar sua família, comercializar e pagar o financiamento, colocando um produto de qualidade no mercado e ajudando o desenvolvimento da economia local e estadual”, explica Jackson Santos, coordenador técnico da Bahiater.
De acordo com George Guimarães, gerente executivo no Banco do Nordeste, a cada ano o valor do recurso voltado para o crédito rural é aumentado, tanto pela necessidade do mercado, quanto pelo grau de especialização, planejamento e organização. “São fatores bastante demandados por instituições financeiras. O Banco hoje pretende que o agricultor familiar tenha um planejamento ainda maior para o negócio dele florescer. O crédito rural tem um grau de importância tremendo, é voltado para a sustentabilidade, para o desenvolvimento e o crescimento do negócio do agricultor familiar”.
Sensibilização
A programação foi voltada para representantes dos 27 Serviços Territoriais de Apoio à Agricultura Familiar (Setaf), coordenadores de assistência técnica e extensão rural (ATER) dos contratos vinculados à Bahiater, profissionais de ciências agrárias e técnicos.
Durante o encontro foram realizadas ainda apresentações de agentes financeiros, a exemplo do Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF), além de casos de sucesso, como o do PAT Mandiocultura Extremo Sul, que é referência no estado pelos resultados alcançados por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial (PRODETER), do Banco do Nordeste, com o aumento em 40% da produtividade de mandioca na região.
“O Seminário funcionou também como uma sensibilização e mobilização para que em 2023 a gente possa continuar avançando com o crédito. A assistência técnica é desafiada a assumir esse compromisso na elaboração de boas propostas para o acesso ao crédito rural”, destaca Wellington Rezende Hassegawa, diretor de Apoio e Fomento da SUAF.
“O desafio para a ATER é fazer com que os agricultores consigam dar um salto, saindo de um patamar de acesso ao crédito baixo para um PRONAF variável, onde tenham capacidade de alcançar um valor maior e fazer melhores investimentos no seu processo de produção. Então esse é o desafio que está sendo colocado para a Chamada Pública: um maior acesso dos agricultores, de forma sustentável, segura, com assistência técnica, com orientação, para que possam, de fato, fazer um bom investimento na sua produção e alcançar os resultados que estão buscando de melhoria da produtividade, da renda e conseguir honrar os compromissos com o agente financiador. Para o Edital Biomas da Bahia, o desafio é que as organizações ampliem o número de agricultores que estão tendo acesso”, finalizou Luís de Lima Barbosa, diretor de Inovação e Sustentabilidade da Bahiater.
