O Diálogos de Ater, iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e da Coordenação de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), voltou a ser realizado nesta quinta-feira (17), pelo canal SDRBahia, no YouTube. Com a temática: A Agricultura Familiar e a População Negra no Rural da Bahia, o encontro contou com apresentação da professora e pesquisadora Paula Regina Cordeiro, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e participação do superintendente da Bahiater, Lanns Almeida.

 “Cada dia é uma conquista para os povos originários, a gente sabe o quanto é difícil a gente ter chegado até aqui. Essa construção precisa ser cada dia mais coletivizada e essa troca é tão importante para todos nesse momento do mundo. A gente agradece a generosidade da professora Paula por estar aqui hoje e parabenizo a todos da Bahiater. Esse retorno não poderia ser em data melhor. Estamos fazendo a reativação do Diálogos de Ater, esse importante espaço descentralizado para formação, principalmente do homem e da mulher do campo”, destacou o superintendente Lanns Almeida.

Retomada histórica

Fazendo uma retrospectiva da história da reforma agrária e a população rural negra na Bahia neste contexto, a professora Paula Regina apontou a indissociabilidade entre raça e luta agrária. “A indissociabilidade dessas duas questões acontece principalmente por duas razões. A primeira é que a situação atual da segregação em que se encontram os negros no Brasil, que vai ter uma origem histórica no racismo, na escravidão e na questão agrária, principalmente consolidada no período de transição entre o trabalho escravizado e o trabalho livre no país. A segunda razão é que desde o início os negros foram tolhidos de um justo acesso à terra e aos meios adequados para explorar e viver nela. Então submetidos ao racismo sistêmico da sociedade brasileira, os negros até hoje continuam em uma situação de inferioridade socioeconômica em relação aos brancos no campo”.

 Cenário baiano

“A gente sabe que essa realidade tem mudado muito. A gente tem projetos voltados para a pesca artesanal, uma série de editais sendo lançados para a agricultura familiar e, com certeza, a população negra tem sido mais beneficiada nesses processos”, concluiu Paula.

Novembro Negro

“É com muita alegria que a gente retoma o Diálogos de Ater. Demos uma pausa por conta do período eleitoral e agora retornamos, especialmente, no mês da Consciência Negra, do Novembro Negro, para discutir essa questão racial no universo rural. Com esse espírito de reflexão, a SDR e a Bahiater começam a série Diálogos de Ater com esse tema tão forte”, ressaltou Carmem Alves, coordenadora técnica da Diretoria de Inovação e Sustentabilidade da Bahiater.

Investimentos

Há 15 anos a Bahia vem implementando políticas de promoção da igualdade racial. No rural baiano, a partir da criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, em 2015, a agricultura familiar e a população negra, nela inserida, contam com um vasto conjunto de investimentos de aproximadamente R$ 3 bilhões, aplicados em diversos programas e projetos, como o Bahia Produtiva, em obras e serviços como o de assistência técnica e extensão rural (ATER) coordenado pela Bahiater, entre outras ações.

Diálogos de Ater

O Diálogos de Ater vai ao ar todas as quintas-feiras, com transmissão ao vivo a partir das 16h, no Canal SDRBahia, no YouTube. Os episódios ficam disponíveis na plataforma. Os encontros são voltados para agentes de assistência técnica e extensão rural (Ater), agricultores e agricultoras familiares, organizações e movimentos sociais, terceiro setor, setores públicos municipais e estaduais, estudantes e todos aqueles que desejam conhecer um pouco mais sobre a realidade rural e a agricultura familiar da Bahia.