Iniciou, nesta quarta-feira (08), o Curso Biodiversidade e Gestão Ambiental na Agricultura Familiar. A abertura teve transmissão ao vivo, pela Plataforma Webex, por onde serão transmitidas todas as aulas. O curso, em formato virtual, tem como objetivo contribuir com o fortalecimento da atuação dos agentes extensão rural.
A realização do curso é da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), em parceria com a Iniciativa para a Conservação do Mico-leão-baiano (ICMLB), coordenada pelo Instituto de Pesquisa Bicho do Mato, Projeto BioBrasil, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e Laboratório de Ecologia aplicado à Conservação, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
A ideia é preparar técnicos e técnicas extensionistas, que prestam o serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), ligados à Bahiater/SDR e às prefeituras, dos municípios de Ilhéus, Una, Santa Luzia, Arataca, Buerarema, São José da Vitória e Arataca, e também agentes ambientais, para realizar um trabalho junto aos agricultores e agricultoras familiares, para estimular a conservação do meio ambiente, que é também o habitat de uma diversidade de animais, entre eles, o mico-leão-da-cara-dourada.
“A formação vem reforçar a perspectiva ambiental da cacauicultura, que já possui um viés preservacionista em sistema cabruca ou consorciado. Os agentes de Ater, vinculados à Bahiater por meio das parcerias com o Instituto Ecobahia, a Cooperativa de Desenvolvimento Territorial (Cooperast) e com os consórcios públicos, participarão desse itinerário, em uma construção coletiva do conhecimento, para a conservação das florestas e dos animais silvestres, em especial do mico-leão-da-cara-dourada”, explicou Célia Watanabe, superintendente da Bahiater.
Para Ana Cláudia, da ICMLB, e também do Centro de Pesquisa e Conservação do Zoológico da Antuérpia e coordenadora executiva do Projeto BioBrasil, são boas as expectativas com a realização do curso: “É uma oportunidade de interagir e de juntar esforços de instituições e pessoas que atuam no Sul da Bahia e que demonstram que é possível trabalhar em colaboração e potencializar objetivos comuns e a possibilidade de poder refletir e estimular os técnicos e técnicas da extensão rural a terem um olhar para os benefícios que a natureza e toda biodiversidade nos trazem, de forma gratuita, e que esses benefícios podem e devem ser aplicados nos sistemas produtivos e também no manejo das propriedades rurais”.
De acordo com a diretora de Inovação e Sustentabilidade da Bahiater, Maria Auxiliadora Alvim, a participação da Bahiater nesse curso é importante porque a Ater perpassa por todo o trabalho da agricultura familiar e os agentes de Ater podem, com essas informações sobre a necessidade de preservação, fazer um trabalho de sensibilização das famílias: “Os agricultores e agricultoras, ao mesmo tempo que cultivam a terra e produzem, principalmente no Litoral Sul, onde produzem o cacau, que tem produção feita de forma mais agroecológica, ajudam a preservar o meio ambiente, e podem contribuir para a preservação e manutenção desses animais, especialmente os que estão em risco de extinção”.
A ICMLB foi criada com o objetivo de elaborar estratégias e ações de conservação para reduzir as ameaças que afetam o mico-leão-baiano também conhecido como mico-leão-da-cara-dourada e seu habitat. O primata é uma espécie endêmica do Sul da Bahia e está ameaçada de extinção.
Programação
Módulo 1 – Serviços Ambientais em propriedades e paisagens rurais
1ª Semana (8/9 e 10/9) – Bases ecológicas, Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos na Agricultura
2ª Semana (15/9 e 17/9) – Abordagem ecossistêmica na produção agrícola; Serviços ambientais e paisagem
3ª Semana (22/9 e 24/9) – Mudanças climáticas: perspectivas e previsões; Manejo das propriedades rurais: mitigação/adaptação às mudanças climáticas
4ª Semana (29/9 e 01/10) – Economia da Floresta – Pagamentos por Serviços Ambientais
5ª Semana (06/10 e 08/10) – Saúde e Biodiversidade
