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Quem visitou a 10ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária pode conhecer o estande Sementes da Terra, onde vai encontrar variedades de sementes crioulas do estado da Bahia. A feira aconteceu até domingo (01), no Parque de Exposições, em Salvador, em paralelo à Fenagro. 

A ação foi organizada pelas unidades da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Técnica (Bahiater) e da Agricultura Familiar (SUAF). 

As sementes crioulas foram demonstradas por meio de uma réplica do funcionamento de uma Casa de Sementes onde os agricultores familiares, chamados de guardiões, demonstraram a prática de como são conservadas e armazenadas as sementes nas comunidades rurais. 

A iniciativa buscou promover e dar visibilidade à prática agroecológica, por meio da troca e/ou comercialização das sementes de genética crioulas, e ao mesmo tempo, valorizar o conhecimento tradicional.

Para Maria Auxiliadora Lobo Alvim, diretora de Inovação e Sustentabilidade, da Bahiater/SDR, "na Feira Baiana da Agricultura e Economia Solidária não podia deixar de ter a Casa de Sementes Crioulas com a diversidade que elas representam. Este ano, nós tivemos a felicidade de termos várias associações, vários agricultores, agricultoras, guardiões e guardiães de sementes trazendo sementes, muitas difíceis de achar. Representa a resistência, a preservação da vida, do alimento de qualidade e original".

Ana Cristina Souza, coordenadora da Diretoria de Sustentabilidade e Inovação da Bahiater/SDR, reforça que “a importância dessas sementes se dá na conservação e da salvaguarda dos recursos genéticos locais, um patrimônio biocultural de importância para a soberania alimentar dos povos da cidade e do campo. As sementes são mais resistentes e minimizam a utilização dos insumos químicos, pois são adaptadas às características do local de onde são nativas". 

Rosineide Souza Ribeiro, agricultora familiar da comunidade Candeal, município de Maracás, Território Vale do Jiquiriçá, destacou a diversidade das sementes que existem no seu Território. "Temos um banco de sementes com cerca de 420 tipos de sementes diferentes, que a gente vem resgatando de famílias tradicionais.  Trouxemos guardiões de sementes de seis territórios, cada um tem tradição de como cuidar das sementes, outros, têm sementes diferentes, estamos fazendo a troca". 

"Sou guardião de semestres crioulas, a gente tem a responsabilidade guardar, plantar, conservar e multiplicar as sementes. Eu costumo dizer que a Bahia não só tem milho e feijão, a Bahia tem diversidade, tem cultura, que é enorme, mas, também, tem alimentação diversa. As sementes crioulas são aquelas plantadas pelos nossos avós, pelos nossos pais, estamos agora nesse processo de divulgação e sensibilização da sociedade para que conservem essas sementes e para que elas não venham a se perder", explicou José Antônio de Souza, agricultor familiar do município do Sítio do Quinto, Território Semiárido Nordeste II.

Créditos
Larissa rabelo/Bahiater/SDR
Fonte
Bahiater/SDR

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