“Nós estamos fazendo história, conquistando nosso território em paz, com diálogo e amizade e vamos prosperar”, disse o Cacique Juvenal Teodoro Payayá, profundamente emocionado, durante a assinatura do Acordo de Cooperação Para a Sustentabilidade e a Promoção ao Etnodesenvolvimento dos Payayás, que ocorreu nesta sexta-feira (21), na sétima Assembleia Geral do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), realizada no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador.
O acordo garante a disponibilização de mais de 45 hectares de terra, situados na Fazenda Experimental do município de Utinga, Território da Chapada Diamantina. O objetivo é promover aos índios da etnia Payayá, o desenvolvimento de atividades produtivas que assegurem a sustentabilidade.
Participaram do ato de assinatura representantes das secretarias estaduais de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e de Desenvolvimento Rural (SDR). “O acordo tem uma simbologia muito forte, pelo laço que os índios têm com a terra. Destacamos que essa é uma agenda de resgate de identidade e de valorização cultural, e todo esse conjunto, logicamente, irá se transformar em projetos de preservação ambiental, associada à comercialização de ervas medicinais e de sementes. Nosso apelo é que haja uma unidade dos povos indígenas nos assuntos comuns a todas as etnias, para a proteção da nossa origem indígena brasileira”, destacou o secretário da SDR, Jerônimo Rodrigues.
O acordo garante a disponibilização de uma máquina para a atividade agrícola e kits de irrigação. O secretário da SJDHDS, Cezar Lisboa, enfatizou: “Hoje é um dia de muita emoção. Dia que celebra a retomada do Povo Payayá à sua história. Mas não só estamos devolvendo um direto, estamos também firmando um compromisso de que essas famílias possam ser sujeitas de políticas públicas do Estado, a exemplo do fomento à agricultura familiar. Uma oportunidade de aproveitamento da terra para gerar trabalho e renda, ao mesmo tempo em que valoriza e protege a sua cultura”.
Além da assinatura do Acordo, os três dias de Assembleia serviram para fazer um balanço das ações estratégicas direcionadas aos povos indígenas. “Foi possível fazer uma análise da conjuntura que a gente está vivendo e fazer um planejamento para o próximo ano", afirmou o coordenador geral do Mupoiba, Kâhu Pataxó.
