Data

Como medida de vigilância integrada para prevenção à gripe aviária na Bahia, o governo do estado realizou nesta quinta-feira (17), por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), um debate entre órgãos públicos. Em 21 de julho deste ano, o estado publicou o decreto N° 22.174, declarando estado de emergência zoosanitária em todo o território baiano, para fins de prevenção da Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade (IAAP). O documento determina que as medidas de monitoramento, prevenção e a análise de riscos da IAAP adotadas na Bahia contarão com a cooperação dos municípios e do setor privado, observados os princípios e diretrizes adotadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

O assunto foi tema do Diálogos de ATER, espaço virtual de debates da Bahiater. Além da Superintendência e da SDR, os órgãos envolvidos na ação desta quinta-feira foram: Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) e MAPA.

“Esse é um diálogo de extrema importância, de um tema que diz respeito a todo o setor da agricultura – familiar, média e de grande porte. Um trabalho que já vem sendo feito entre as secretarias de Desenvolvimento Rural, Agricultura, Saúde e Meio Ambiente, e com a Bahiater fazendo um trabalho forte de formação com os técnicos e técnicas dos Setaf, das entidades de Ater e dos consórcios das prefeituras, para podermos combater o quanto antes essa doença”, destacou o titular da Bahiater, Lanns Almeida.

“Mais uma ação de transversalidade com as secretarias estaduais, municípios, sociedade civil e cadeia produtiva. O mais importante é levarmos a informação correta para não haver nem alarde, nem desleixo desnecessários”, completou Keyla Soares, engenheira agrônoma e assessora técnica da Seagri.

Gripe aviária

A gripe aviária é uma doença altamente contagiosa que afeta diversas espécies de aves domésticas, silvestres e, ocasionalmente, mamíferos, como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos e seres humanos. No entanto, de acordo com a médica veterinária Luciana Bahiense, do grupo técnico de Vigilância de Epizootias da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab, apesar de também serem reservatórios do vírus, os seres humanos não sofrem maiores impactos pelo H5N1.

“Os humanos também são reservatórios do vírus influenza e outros, assim como outras espécies, mas o impacto do H5N1 é nas aves, até então não tem maiores impactos nos seres humanos. A transmissão que foi detectada em outros países – no Brasil não foi – foi a partir do contato humano com ave doente ou morta. É importante fazermos esse esclarecimento de maneira tranquila, sem pânico, pois não há necessidade. O monitoramento vem para nos dar informações importantes para nos antevermos com relação a algum vírus que possa vir a causar algum impacto na saúde humana”, explicou Luciana.

H5N1 na Bahia

De acordo com levantamento do governo estadual, foram registrados quatro focos da gripe aviária na Bahia, nos municípios de Caravelas, Prado, Alcobaça e Porto Seguro, todos no mês de junho deste ano. “O Inema está tratando a gripe aviária hoje, inicialmente, na primeira barreira, que são as aves migratórias oceânicas ou costeiras. O estado começou a perceber a entrada desse vírus através da primeira barreira. Ainda não chegamos na segunda barreira, e estamos fazendo de tudo para que não chegue. O descarte de carcaças de aves silvestres é importantíssimo para isso. Se a gente já sabe que o vírus está circulando na primeira barreira, temos que, toda vez que houver carcaça nas praias, [os órgãos competes serem notificados para] imediatamente fazerem o recolhimento das mesmas, evitando que espécies como o carcará possam se alimentar da carcaça dessas aves que eventualmente possam chegar doentes na nossa costa. Por isso é importante o apoderamento dessas informações relacionado aos 35 municípios do nosso estado que possuem área costeira em seu território”, enfatizou o médico veterinário Alberto Vinicius Dantas, da Coordenação de Gestão de Fauna da Diretoria de Sustentabilidade do Inema.

De acordo com José Klinger, fiscal estadual agropecuário da ADAB, depois da detecção do primeiro foco de gripe aviária no Brasil, no município de Nova Venécia, no Espírito Santo, a ADAB visitou todas as propriedades da divisa entre o estado capixaba e a Bahia, realizando educação sanitária e deixando meios de contato para notificação de casos de mortalidade com os sintomas típicos da doença, como edema (inchaço) na barbela da ave e vermelhidão, que é a manifestação de hemorragia. “Qual recado a gente deixa: que sejamos vigilantes. Se houver qualquer suspeita de influenza aviária, de mortalidade alta, rápida, dentro de 72h, a partir de 70% do rebanho das aves de fundo de quintal, notifica rapidamente a ADAB ou a Secretaria de Meio Ambiente do município ou a de Saúde”, orientou, alertando para os impactos econômicos e sociais em caso de não serem tomadas as medidas certas na prevenção à disseminação da doença.

O episódio completo do Diálogos de ATER está disponível no canal da SDR no YouTube, através do link: https://www.youtube.com/watch?v=IPU8yp1lxS4.

 

Créditos
Bahiater/SDR
Fonte
Bahiater/SDR
Diálogos de ATER-17ago2023-Klinger-ADAB
Diálogos de ATER-17ago2023-Klinger-ADAB
Diálogos de ATER-17ago2023-Apresntação Luciana-SESAB
Diálogos de ATER-17ago2023-Apresntação Luciana-SESAB
Diálogos de ATER-17ago2023-Superintendente Lanns
Diálogos de ATER-17ago2023-Superintendente Lanns
Diálogos de ATER-17ago2023-Keyla-SEAGRI
Diálogos de ATER-17ago2023-Keyla-SEAGRI
Diálogos de ATER-17ago2023-Vinicius-INEMA
Diálogos de ATER-17ago2023-Vinicius-INEMA
Diálogos de ATER-17ago2023-Luciana-SESAB
Diálogos de ATER-17ago2023-Luciana-SESAB

Notícias Relacionadas