A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Coordenação de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica (Cepex), em parceria com a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), realizou, nesta quarta-feira (27), o Seminário Estadual de Formação em Extensão Rural e Universitária.
O seminário foi voltado para universidades públicas e particulares e representantes da Educação Profissional. O objetivo foi refletir se os técnicos em campo estão preparados para atender a agricultura familiar e se compreendem a diversidade da agricultura familiar, com as diferentes características que os agricultores familiares e povos e comunidades tradicionais têm na Bahia.
“Chegamos à conclusão que precisamos melhorar, para que os estudantes possam sair preparados para lidar com a agricultura familiar, principalmente sob os aspectos metodológicos, respeitando os conhecimentos e a ciência da agricultura familiar. O processo de seleção de professores tem que melhorar, como a relação das lideranças da agricultura familiar com as instituições de pesquisa e extensão também precisa melhorar. Por isso, iremos sistematizar as constatações em três grupos, e vamos apontar diretrizes de maneira que a gente dê continuidade a essa rede, sempre trabalhando no sentido de aproveitar as experiências para avançarmos juntos”, pontuou José Tosato, coordenador da Cepex.
O encontro contou com a participação de professores, reitores e pró-reitores de Extensão, reitores de pesquisa, agricultores familiares, extensionistas rurais, estudantes e de organizações representativas da agricultura familiar que atuam na prestação de assistência técnica e extensão rural (Ater). A Formação Profissional em Ciências Agrárias: de onde vem e para onde vai, foi o tema da palestra inicial, ministrada pela professora Daiane Vargas, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Para Tatiana Velloso, pró-reitora de Extensão da UFRB, o seminário oferece oportunidade às instituições de ensino de participarem da discussão, na construção de redes entre as instituições de ensino superior, mas, também, envolvendo organizações e movimentos sociais do campo que atuam na representação dos agricultores familiares, entes públicos e organizações não governamentais que também são responsáveis pelo serviço de Ater.
“Avaliamos o seminário como um espaço importante para refletir e trazer propostas e proposições para que a gente possa interferir nos currículos de formação, a partir das relações do ensino pesquisa e extensão, junto com as políticas afirmativas desses profissionais de Ater, não só na perspectiva científica-tecnológica, mas, principalmente, considerando uma visão humanista da relação da cidadania e em um projeto de sociedade vendo a importância da agricultura familiar na sua diversidade de saberes e sabores, tradições, culturas e identidades”, destacou Velloso.
"A articulação entre formação, extensão rural e universitária é indispensável para avançar o atendimento e na oferta de programas e políticas públicas para a agricultura familiar. A iniciativa da Cepex e da Bahiater em promover esse debate tem o objetivo de trazer todos os sujeitos desta ação, os institutos de ensino e pesquisa, as escolas famílias rurais, as universidades, responsáveis pela formação dos profissionais de assistência técnica e extensão rural, para em diálogo identificar meios de avançar", salientou Célia Watanabe, superintendente da Bahiater.
O seminário contou com a formação de grupos de trabalho com o tema: Extensão rural e universitária e o desafio de aproximar o ensino e a pesquisa frente às demandas da agricultura familiar, e uma Mesa Redonda, com o tema: A extensão rural frente às demandas atuais da agricultura, quando os coordenadores dos grupos puderam apresentar propostas discutidas nos grupos e as considerações finais.
