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O Assentamento Frei Vantuy, no município de Ilhéus, Território Litoral Sul, recebeu nesta sexta-feira (04) a primeira oficina educativa do Projeto Ciranda com a Ronda Maria da Penha, iniciativa que tem por objetivo garantir os direitos das agricultoras familiares, assentadas, quilombolas e marisqueiras, com ações preventivas e integradas de enfrentamento e combate à violência cometida contra as mulheres do campo.

Durante a oficina, que contou com a participação de 60 pessoas, foram abordados os temas como Relações Interpessoais, Relações de Gênero e Conhecimento Prático da Lei Maria da Penha. “Nós conseguimos contemplar a metodologia de dialogar com homens e mulheres sobre a importância de conscientização da violência contra mulher rural e, principalmente neste assentamento, que tem histórico e necessita do aparato do estado. Por isso, estamos numa ação conjunta e integrada, onde todos e todas são importantes para obtermos sucesso”, afirmou Fernanda Silva, titular da Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrária (Sutrag), unidade da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). 

O assentamento abriga 47 famílias, sendo que o público majoritário é feminino. Segundo a presidente do assentamento, Maísa Amaral, a comunidade já presenciou caso de cárcere privado, em que uma moradora ficou oito meses reclusa: “Eu vejo como uma conquista, pois estamos lutando há muitos anos. Receber esta oficina é primordial pela condição que nós vivemos. Com a Ciranda será um momento diferente, onde não estaremos só, teremos aonde ir, ser ouvida e quem nos defenda”. 

Ronda para Homens

Após o acolhimento, o grupo foi dividido, sendo que os homens ficaram com a Sargento Djair Rosário e as mulheres com a equipe da coordenadora da Ronda Maria da Penha, Major Denice Santiago. “Nesta ação nós temos a Ronda para Homens, que é voltada para conscientização no enfrentamento da violência doméstica. Nós tentamos quebrar paradigmas, pois muitos deles foram criados com a filosofia do patriarcado, passamos uma nova visão para que eles compreendam que a mulher não é objeto e que os direitos são iguais”, explicou a Sargento.

A Ciranda Rural com a Ronda Maria da Penha é uma iniciativa da SDR, em parceria com as secretarias de Segurança Pública (SSP), da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Sepromi, SPM. Serão realizadas 54 oficinas educativas, nos 27 Territórios de Identidade da Bahia e planeja-se alcançar um número de mais de 3500 pessoas.

Sobre a oficina
Para assentada Cristiane Mendes, a tarde foi de aprendizado e reflexão: “A oficina foi fantástica, esse trabalho trouxe um acalento para nós, mostrando que a gente não está só. Esse trabalho feito aqui nos dá ferramentas pra gente conhecer e enxergar que a polícia não é algo ruim. Por mais que as mudanças sejam pequenas elas salvam vidas só vem a nossa comunidade”
Já o assentado Jeziel Batista comentou que “antes, por falta de conhecimento, eu criticava a Lei Maria da Penha, pois achava que ela só chegava depois de um ocorrido e hoje, eu vi que ela pode chegar antes de acontecer uma tragédia. De agora para frente serei um multiplicador do que aprendi aqui, mostrando que lei funciona melhor do que a gente pensa”, finalizou.
A superintendente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), Celia Watanabe, junto com Adriana Almeida, da SJDHDS, e Coordenadora da Casa da Cidadania, participaram do evento, com a equipe da SDR e SSP.

Oficina debate a violência cometida contra as mulheres do campo
Créditos
André Frutôso/SDR
Fonte
ASCOM/SDR

Iniciativa da SDR, em parceria com as secretarias de Segurança Pública (SSP), Seagri,   Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), Sepromi e SPM. Serão realizadas 54 oficinas educativas, nos 27 Territórios de Identidade da Bahia e planeja-se alcançar um número de mais de 3500 pessoas.

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