Cerca de 8 mil famílias em situação de extrema pobreza e vulnerabilidade social, do município de Itiúba receberam, nesta terça (7) e quarta-feira (8), peixes para consumo na Semana Santa. Mais de 80% do pescado foram adquiridos pela prefeitura municipal da Associação dos Pescadores de Taquari, apoiada pelo do Governo do Estado, por meio do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). No total, foram distribuídas 13 toneladas de peixe, sendo 1,5 kg por família.
A distribuição do peixe no período da Semana Santa é uma tradição no município de Itiúba. A iniciativa da prefeitura visa garantir o alimento típico para as famílias carentes, fortalecer a segurança alimentar da população, incentivar o consumo do pescado e apoiar a produção local. Recebem o peixe as famílias cadastradas no CadÚnico, beneficiárias do Bolsa Família e famílias em situação de vulnerabilidade social. Neste ano de 2020, o programa abrangeu ainda, microempreendedores, ambulantes e outras categorias que estão com problemas socioeconômicos por conta da Covid-19.
“Esse é um trabalho bonito e importante, principalmente pelo que estamos vivendo. Então, o pessoal do Governo do Estado tem nos dado um apoio muito grande. A gente vai trabalhando junto, construindo o melhor pra nós da associação e para quem faz o recebimento do peixe. A nossa alegria é em dobro porque vendemos o peixe que está indo para pessoas que precisam no município em que a gente vive”, destacou Estenilton dos Santos Silva - tesoureiro da Associação de Pescadores de Taquari.
O peixe foi adquirido de associações de pescadores locais, sendo que cerca de 85% do pescado, o equivalente a 11 mil quilos, foram fornecidos pelo grupo que conta com o apoio do Pró-Semiárido, projeto da CAR que atua mediante acordo de empréstimo feito entre o Governo do Estado e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).
“Este ano a gente conseguiu fazer o processo de cotação e contratar fornecedores do município, o que foi um ganho porque a renda fica no próprio município. É uma maneira de fortalecer a agricultura familiar e a pesca. E o apoio do Governo do Estado é fundamental porque, para a aquisição disso, é importante lembrar que as associações existem com o apoio do governo. A gente entende que o Estado da Bahia vem dando incentivos e apoio por meio de projetos que possibilitam o fortalecimento da produção de peixes no município”, salientou Adriana Lima - secretária de Assistência Social de Itiúba.
Ações do Pró-Semiárido em Taquari
O projeto atua, desde 2016, na Associação Comunitária de Taquari, no povoado de Taquari, em Itiúba, por meio do fortalecimento da cadeia produtiva da pesca e aquicultura, com projeto de piscicultura superintensiva, a utilização de tanques-rede, beneficiando, diretamente, 58 famílias de pescadores que vivem às margens do açude de Jacurici.
Sobre a importância da ação do Pró-Semiárido, a presidente da Associação de Pescadores, Aurinha Ribeiro de Andrade, destaca que “o projeto está orientando, a partir de reuniões, compra de gaiolas, alevinos, ração, documentos e também nas dificuldades que surgem. Estão ao nosso lado buscando soluções para que tudo dê certo”.
A ação tem ampliado a capacidade de produção tornando a atividade viável economicamente, gerando renda e perspectivas de trabalho, e fortalecendo a base organizativa social. Para tanto, a associação conta com o apoio direto de uma engenheira de pesca e de outros profissionais da área produtiva e social que apoiam em processos de licitação e documentação e manejo da produção. Além disso, foram adquiridos 80 tanques-rede; 80 mil alevinos, ração para os animais e deve-se fazer também a reforma de tanques-rede da associação.
“Esse é um projeto longo, que vem para os filhos e até para os netos das pessoas que estão envolvidas. É um projeto a longo prazo. A gente, como pescador, sabe da dificuldade que tem em fazer a pesca extrativista e chegar no açude e não ter o peixe para pegar, vender e sustentar a sua família. E este projeto que veio de tanque-rede, é uma pescaria diferente porque você tem o controle de quantos peixes que você colocou, quantos vai tirar. É uma pescaria controlada que a gente não tinha noção antes do projeto”, afirma Estenilton.
