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Brigadeiro, cocada, óleo, esteiras, roupas, comidas, sabonete, sorvete, licor, artesanato e outros produtos feitos a base do licorizeiro, foram destaques durante a 10ª Festa do Licuri, realizada no quilombo Várzea Queimada, município de Caém, neste sábado (19) e domingo (20). Mais de mil pessoas prestigiaram o evento organizado pela Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (COOPES), em articulação com Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que conta com o apoio do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O objetivo da festa é resgatar a cultura regional, preservar e promover o replantio do fruto, divulgar a proposta de lei municipal e estadual de preservação do licuri, conhecido popularmente como coquinho do sertão. Neste domingo, o secretário da SDR, Jerônimo Rodrigues, representando o governador Rui Costa participou das atividades do último dia da festa, que teve início com o momento espiritual, celebrado por representantes da Igreja Católica e de povos indígenas, seguindo do tradicional plantio de pés de licuri. Durante o pronunciamento, Rodrigues salientou que a festa do licuri ultrapassa os dias da programação, fazendo uma analogia, ao trabalho continuo de agricultores familiares, associações e cooperativas que trabalham pela conservação e manutenção do manejo do fruto típico do bioma caatinga. “Nossa pasta tem uma relação muito forte com o rural e essa 10ª Edição da Festa do Licuri realizada numa comunidade quilombola, tem uma simbologia muito grande de resistência para que a cultura do licuri continue firme gerando renda para os agricultores familiares e, naturalmente, ajudando a desenvolver o semiárido baiano”, observou Rodrigues que também visitou as barracas com iguarias e artesanato, assistiu apresentações culturais, desfile de moda e o concurso de quebra de licuri.

Festa do Licuri apresenta a diversidade do “coquinho do sertão"   Tradição
 A festa é um verdadeiro Festival de cultura e tradição, onde o povo canta, dança, encontra com amigos, degusta sabores do licuri, participa de concursos e promove muita alegria e diversão para todas as idades. De acordo com Valdivino Araújo, um dos organizadores da festa e integrante da COOPES o diferencial da festa é que a cada edição ela toma uma dimensão maior e precisamos de apoio. “A gente quer mais recursos, no entanto, é a primeira vez na história dessa cultura extrativista que os produtores recebem investimentos do Governo do Estado. Por meio do Bahia Produtiva, projeto executado pela CAR/SDR, será destinado R$3 milhões para fortalecimento da cadeia produtiva do licuri”, afirmou Leo Márcio da Silva, que faz parte da direção do MPA ressaltou que “ essa comunidade é base do nosso movimento e abrigar essa edição da festa, nos deixa muito contente, pois 10 anos é um marco”. Segundo ele, o festejo tradicional não tem parada em um só município, pois “há uma rotatividade e em cada ano, a edição muda de cidade”, explicou.


Festa do Licuri apresenta a diversidade do “coquinho do sertão" Resistência
José de Jesus integrante da Associação Quilombola de Várzea Queimada também lembrou que com os recursos do Bahia Produtiva será possível “construir um viveiro e nossa meta é produzir 30 mil mudas de licuri para distribuir na comunidade e região do Piemonte da Diamantina”, informou. A jovem quilombola, Cirlane Sena, disse que a celebração em prol do "ouro do sertão" é uma forma de “retornar as nossas raízes e mostrar o quanto o licuri é importante, além de reforçar o nosso compromisso em conservar ele para comercialização e para o nosso sustento”, finalizou.


Produção
O licuri é fruto de uma palmeira nativa do Nordeste do Brasil. Na Bahia é encontrado na região de caatinga, em municípios como Caém, Capim Grosso, Serrolândia, Quixabeira, São José do Jacuípe, Várzea da Roça, Jacobina, Várzea do Poço, Senhor do Bonfim, Campo Formoso e Caldeirão Grande. Com o licuri torrado são produzidos diversos derivados como: granola, petiscos doces e salgados, sorvetes, umbuzada, óleo, hidratante de cabelo, licor, além de artesanatos e bijuterias. Os produtos são comercializados pela COOPES na Sede em Capim Grosso, nas Feiras da Economia Solidária e de Produtos Orgânicos, Exposições e Eventos Nacionais e Internacionais.
 

Festa do Licuri apresenta a diversidade do “coquinho do sertão"

 

Créditos
André Frutuôso/SDR
Fonte
ASCOM/SDR

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